22/12/2006

Natal no Brasil

Foto da capa disco Natal no Brasil coletânea do selo Copacabana lançada em 1956, que serviu de base e inspiração a coletânea de Natal do Bossa-Brasileira... - post original da coletânea “Natal no Brasil” que pode ser baixada em dois volmes aqui [vol. 1] e aqui [vol. 2].

19/11/2006

Aniversário

Em Novembro o Bossa-Brasileira completa um ano. Primeiro blog brasileiro a trazer música Brasileira, o Bossa-Brasileira não tem pretensões de atingir grandes públicos, não quer fama, e muito menos colocamos ferramentas que possam nos trazer qualquer vantagem monetária. Acreditamos na Arte da mesma forma como acreditavam os artistas [há 50 anos atrás] que aqui são focalizados. Por isso mesmo assinamos com nosso nome verdadeiro e não com pseudônimos. E continuaremos assim. Um grande abraço à todos. Muito obrigado pela participação e apoio de todos vocês, este trabalho é dedicado aos fiéis amigos e à nossa equipe. Vocês sabem quem são...

14/10/2006

Horacina Corrêa & Orquestra de Léo Peracchi 1954 Noel Rosa [Musidisc MV 005]

É com grande felicidade que apresentamos este raro LP de 10 polegadas, gravado em 1954 e lançado pela Musidisc, com sambas de Noel Rosa na interpretação da cantora Horacina Corrêa, e acompanhamento luxuoso da orquestra do maestro Léo Peracchi. Mulata gaúcha, Horacina iniciou a carreira de cantora inspirando-se em Carmen Miranda, atuando da década de 30 até o final dos anos 50. Participou de muitos filmes, incluindo sucessos como “O Cortiço” e “É Com Esse Que Eu Vou”. Se apresentou pela América Latina, sendo muito querida na Argentina. Este é possívelmente seu único long-playing, que aliás não consta nos registros disponíveis sobre a discografia de Léo Peracchi, nem na da cantora, até agora.

Noel Rosa teve a obra marcada pela estética absolutamente moderna para a música popular de sua época. Ainda hoje suas melodias e letras soam atuais e relevantes, sem contar o imenso valor musical. Sem pudores, Noel incluia gírias nas letras de seus sambas, expressões que ele próprio criava e era dono de uma profunda autocrítica. Conta a lenda que a palavra bossa associada à música, é criação dele.

Algumas de suas mais belas criações estão aqui: “Útimo Desejo”, “Feitio de Oração”, “Feitiço da Vila”, “Pra Que Mentir”, “O Orvalho Vem Caindo”, “De Babado”, “Até Amanhã” e “Silêncio de Um Minuto”. O som está próximo daquele que se extraía dos 78 rotações, mas o brilhantismo de Peracchi e de Horacina fazem deste, um dos melhores albuns gravados com a obra de Noel nos anos 50. Dos arranjos sofisticados, destacam-se o solo de oboé que acompanha a melodia em “Feitiço da Vila”, os sopros na introdução de “Silêncio de Um Minuto”, os metais em “De Babado”, o diálogo inusitado entre metais e cordas em “Feitio de Oração” ou a trama orquestral de “Último Desejo”, tudo com assinatura de Léo Peracchi. Brilhante, obra-prima... qualquer adjetivo aqui é pouco.
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1954 Musidisc [MV 005]



01 Até Amanhã [Noel Rosa]
02 Feitiço da Vila [Vadico, Noel Rosa]
03 Silêncio de Um Minuto [Noel Rosa]
04 Pra que Mentir [Noel Rosa, Vadico]
05 De Babado [Noel Rosa, João Mina]
06 Último Desejo [Noel Rosa]
07 Feitio de Oração [Noel Rosa]
08 O Orvalho Vem Caindo [Noel Rosa, Kid Pepe]

Arranjos e Regência do Maestro Léo Peracchi.

Poly, sua Guitarra Havaiana e Conjunto 1960 compacto-duplo [Chantecler C336056]

O maestro Poly [Angelo Apolonio] foi mestre na guitarra-havaiana, hoje também chamada de slide-guitar. O colorido inusitado que seu instrumento dá aos sambas e sambas-canção que executa, atinge seu auge entre 1956 e 1960. Época em que atua com seu Conjunto em incontáveis apresentações ao vivo, no rádio e em discos. Sua guitarra-havaiana ponteia diversas gravações clássicas da nossa canção acompanhando os mais os mais importantes artistas.
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Apresentamos aqui a sonoridade exótica do Poly e Seu Conjunto, neste compacto-duplo da gravadora Chantecler, gravado entre 1959 e 1960. As faixas saíram originalmente no disco “Ouvindo-Te” [1960 Chantecler CMG 2088] e são: “O Ébrio” grande sucesso de Vicente Celestino; “Favela” samba-canção dos compositores Roberto Martins e Waldemar Silva; “Perdão Emília” curiosamente creditada como de autoria de N. N.; e “Longe dos Olhos” de autoria de Christóvão de Alencar e Djalma Ferreira. Como bonus incluímos a belíssima seresta de Paraguassú, “Nunca Mais”, igualmente extraída do disco “Ouvindo-Te”. Tudo em perfeita alta-fidelidade sonora.
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[Chantecler C336056]
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01 O Ébrio [Vicente Celestino]
02 Favela [Roberto Martins, Waldemar Silva]
03 Perdão Emília [N. N.]
04 Longe dos Olhos [Christóvão de Alencar, Djalma Ferreira]
05 Nunca Mais [Paraguassú] [bonus]

10/10/2006

Nora Ney 1953 [78 RPM Continental 16726]

A música “De Cigarro Em Cigarro” fez grande sucesso na voz quente de Nora Ney, cantora das mais importantes do período entre os anos 40 e 60. Composição de um Luiz Bonfá quase em início de carreira, a canção teve grande repercussão, talvez por conta de sua letra que retrata a desilusão amorosa de forma um tanto quanto “moderna" para a ocasião: “... outra noite esperei / outra noite sem fim / aumentou meu sofrer / de cigarro em cigarro / olhando a fumaça no ar se perder...” Para o registro, a gravadora Continental contou com a regência do maestro Nicolino Cópia, grande instrumentista de sopros, que gravou com todos os nomes importantes da música brasileira dos anos 30, chegando até os 60 onde abraçou a bossa nova.

Nora Ney [Iracema de Souza Ferreira, 1922 - 2003] cantou com sua voz marcante toda a angústia de seu tempo. Fez sucesso com sambas-canções, boleros e sambas sincopados. Foi uma das primeiras cantoras a gravar músicas de Antônio Carlos Jobim, antes mesmo deste ter conhecido Vinicius de Moraes. Atuou em filmes, gravou muitos 78 rpms e alguns LPs. Casou-se com o cantor Jorge Goulart, com quem viveu por quase 40 anos. Na época da ditadura militar, exilou-se do país por conta de sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro. Seu canto forte em meio a uma voz “pequena” influenciou uma geração de cantoras posteriores como Maysa e Sylvia Telles, por exemplo. Sua interpretação única é registrada neste 78 rpm histórico: “De Cigarro em Cigarro” de Luiz Bonfá, seguida por “Onde Anda Você?” de Reinaldo Dias Leme e Antônio Maria, com arranjos e orquestra de Nicolino Cópia, gravado e lançado em 1953 pela gravadora Continental.
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01 De Cigarro em Cigarro [Luiz Bonfá] samba-canção
02 Onde Anda Você? [Antônio Maria, Reinaldo Dias Leme] samba-canção

08/10/2006

Dalva de Andrade 1959 [78 RPM Polydor 305]



Neste 78 rotações da gravadora Polydor, Dalva de Andrade mostra seu registro para duas pérolas de nossa música, uma bastante conhecida, outra pouco: “Brigas Nunca Mais” de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes e “História” de Luiz Cláudio e Fernando César [que aparece também no disco do Luiz Cláudio postado aqui]. Os arranjos e direção de orquestra ficaram a cargo do maestro Peruzzi. É o nascimento da Bossa Nova, exatamente 1959. Cantora de muita classe, Dalva de Andrade já era veterana quando gravou estas faixas, porém ela só vai ganhar mais destaque quando passa a gravar na Odeon, no ano seguinte, 1960.

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01 Brigas Nunca Mais [Antônio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes] samba
02 História [Luiz Cláudio, Fernando César] rumba-calypso

Helena de Lima 1956 "Dentro da Noite" [Continental LPP 38]

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Uma Deusa da Noite, assim era chamada a cantora de voz profunda e emocionada Helena de Lima. Iniciou profissionalmente nos anos 40, frequentando os habituais programas no rádio. Foi também crooner, atuando no famoso Copacabana Palace, ainda nesta mesma década. Alternou temporadas entre o Rio de Janeiro e São Paulo, sempre com muito sucesso. Em discos, acompanhou o conjunto de Djalma Ferreira, gravou diversos 78 rpms, e muitos LPs com orquestrações luxuosas na RGE. Admirada por Ary Barroso, foi também compositora, o samba-canção “Ausência” presente neste disco é de sua autoria em parceria com Maria Eugênia. Neste 10 polegadas [Continental LLP 38, de 1956], Helena de Lima teve a honra de registrar sua bela voz ao lado do pianista e compositor Ribamar, em uma sessão de estúdio intimista, no intuito de reproduzir suas apresentações ao vivo, numa atmosfera que remete ao cool-jazz. Ribamar foi um pianista lendário, acompanhou as maiores divas de nossa música, e se eternizou também como compositor, com suas parcerias com Dolores Duran. Além do piano, Helena é acompanhada por um baixo acústico e uma discreta percussão - músicos não creditados. Oito composições de nomes como Marino Pinto [assina quatro faixas e também o texto da contracapa], Vadico [parceiro de Noel Rosa], Mário Rossi, Paulo Soledade, o próprio Ribamar e finalmente - no grande destaque do disco, e que o dá uma importância histórica - a primeira gravação do clássico “Foi A Noite”, de Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça. Helena de Lima foi uma de nossas maiores cantoras, e este seu “Dentro da Noite” ao lado do grande Ribamar, é um dos melhores de seus LPs e também um álbum fantástico.
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Continental LPP 38
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01 Antigamente [Jarbas Melo, Vadico]
02 Abandonado [W. Barros, Esdras P. da Silva, Ribamar]
03 Renúncia [Marino Pinto]
04 Não Há de Que [Marino Pinto, M. Rossi, Helena de Lima]
05 Foi a Noite [Antônio C. Jobim, Newton Mendonça]
06 ... E Nada Mais [César Siqueira, Maria Rita]
07 Foi você [Marino Pinto, Paulo Soledade]
08 Revolta [Marino Pinto, Vadico]

03/09/2006

Maysa Relançada

A Som Livre está colocando no mercado um CD que reedita os dois primeiros discos gravados por Maysa. São dois LPs em formato de 10 polegadas num único CD, o “Convite Para Ouvir Maysa” [RLP 013] de 1956 e “Maysa” [RLP 015] de 1957 lançados originalmente pela gravadora RGE. O primeiro LP contém apenas composições de Maysa, clássicos como “Tarde Triste”, “Adeus” e “Resposta”. O segundo LP trazia “Ouça”, grande sucesso também de sua autoria, além de clássicas como “Se Todos Fossem Iguais a Você” de Antônio Carlos Jobim & Vinicius de Moraes, “Franqueza” de Denis Brean & Oswaldo Guilherme, “To the Ends of the Earth” de J. Sherman e N. Sherman, “Un Jour Tu Verras” de Van Parys e Mouloudji, “O Que”, da própria Maysa mesmo e outras. São ao todo 16 faixas neste CD, um presentes aos fãs de Maysa, e da boa música.

27/08/2006

Edith Veiga 1960 "Faz-Me Rir" [Chantecler C 33602]

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Este compacto-duplo traz a interpretação e a voz única de Edith Veiga, uma das muitas cantoras brasileiras que são hoje pouco lembradas. Nascida no interior de São Paulo, a tímida Edith Veiga fez muito barulho com esta canção “Faz-Me Rir”. Versão em português de Teixeira Filho para o bolero “Me Dá Risa” de F. Yoni e E. Arias, grande sucesso internacional que se repetiu no Brasil com esta versão de Edith. A música foi destaque e título de seu primeiro LP, lançado pela gravadora Chantecler em 1960, disco que contou com orquestrações e arranjos de nomes incríveis como Guerra-Peixe, Poly e Élcio Alvarez. Maestros estes, que também podem estar presentes neste raro compacto-duplo.
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Além de “Faz-Me Rir” há mais três canções que não fazem parte do primeiro disco de Edith Veiga, o bolero “Sòzinha” - composição de nuances primorosas assinada por Rago e Teixeira Filho; “Acho Graça”, um bolero de Arquimedes Messina e Jucata, e finalmente “Maldito” - grande destaque do disquinho, com um arranjo orquestral no mímino exótico e a voz de Edith deslizando na canção com propriedade - os compositores são os mestres do samba-canção Jair Amorim e Evaldo Gouveia.
Como bônus, incluímos mais uma canção gravada no mesmo ano por Edith Veiga, o sucesso “Conselho”, de Dênis Brean e Oswaldo Guilherme, gravado anteriomente por cantoras como Maysa, Morgana, Nora Ney e outras.
Edith Veiga apresenta “Faz-Me Rir”, presente exclusivo do Bossa-Brasileira aos amantes da boa música.




01 Faz-Me Rir [F. Yoni, E. Arias]
02 Sòzinha [Rago, Teixeira Filho]
03 Acho Graça [Arquimedes Messina, Jucata]
04 Maldito [Jair Amorim, Evaldo Gouveia]
05 Conselho [Denis Brean, Oswaldo Guilherme] [bônus]

20/08/2006

O Bossa-Brasileira quer agradecer a visita de todos os amigos que desde o início, em Dezembro de 2005 estão acompanhando nossas postagens. Este blog é todo artesanal, o material encontrado aqui é exclusivo. Por tratarmos e digitalizarmos todo o material pessoalmente, não há postagens com frequência diária ou semanal, mesmo porque também possuímos outras ocupações. Também não apenas indicamos material já existente na internet, procuramos trazer informação e Cultura Brasileira à todos. Sempre para sermos o Bossa-Brasileira que os amigos conhecem e apreciam, uma filosofia de vida presente em tudo o que pode ser encontrado aqui.

15/07/2006

Baden Powell & Vinicius de Moraes 1966 compacto-duplo [Forma FS 100.001]

Contra quaisquer más vibrações, nada mais eficaz que a velha sabedoria da nossa querida África. Vinicius de Moraes sabia disso e Baden Powell também. As meninas-cantoras do Quarteto em Cy, aprenderam com eles... Já o maestro Guerra-Peixe, não. Esse já sabia de tudo, desde o início.
Este raro compacto-duplo lançado pelo selo Forma em 1966, trazia quatro canções que haviam sido lançadas originalmente no lendário disco “Os Afro-Sambas” [Forma FM 16, 1966]. “Canto de Ossanha” é o clássico mais conhecido, sucesso absoluto nas melhores vozes da nossa canção, aqui está em seu estupendo arranjo original. “Tristeza e Solidão” é a pura melodia de Baden, talvez sua mais bela. Canto de Yemanjá” e Lamento de Exú” arrepiam a alma com sua força metafísica, para colocar tudo em seu devido lugar. Um pouco de lucidez, e dos originais dos “Afro-Sambas”, um dos discos mais importantes já gravados em nosso belo país.
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01 Canto de Ossanha [Baden Powell, Vinicius de Moraes]
02 Tristeza e Solidão [Baden Powell, Vinicius de Moraes]
03 Canto de Yemanjá [Baden Powell, Vinicius de Moraes]
04 Lamento de Exú [Baden Powell, Vinicius de Moraes]

13/07/2006

Fafá Lemos & Sua Orquestra 1954 "Jantar No Rio" [RCA Victor BLK2]

Fafá Lemos [Rafael Lemos Júnior, *1921 - +2004] foi um dos grandes mestres da nossa música. Como compositor e solista de violino, foi responsável por popularizar o uso do instrumento como elemento solo na música popular. Se aventurou como cantor de voz bem colocada, baixinha e também é um dos grandes precursores da Bossa Nova. Fafá acompanhou Carmen Miranda em discos e turnês pelo mundo e também em diversos filmes, gravou com os violonistas Laurindo de Almeida e Luiz Bonfá, com a cantora Linda Batista e formou o lendário Trio Surdina, ao lado de Chiquinho [acordeon] e Garoto [violão], músicos também presentes no disco que apresentamos aqui.
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“Jantar No Rio” é um verdadeiro clássico, foi gravado nos Estados Unidos em 1954, entre Março e Abril, nos estúdios da RCA Victor em Hollywood. O LP passeia com leveza por sambas-canções, marchinhas, sincopados, toadas e até um baião. Aqui está uma das mais belas versões instrumentais já registradas de “Ninguém Me Ama” clássico de Antônio Maria e Fernando Lobo, onde o violino de Fafá ganha contornos orientais, como na música indiana e o violão de Garoto se aproxima da sonoridade do alaúde árabe. Outro grande destaque é “Na Baixa do Sapateiro”, do grande Ary Barroso, com assovios e um solo de violino simplesmente fantástico. “Madalena” de Ary Macedo e Ayrton Amorim é um convite à dança, com direito a um lindo diálogo entre o violino e um oboé. E “Risque”, das mais lindas entre as melodias de Ary Barroso, aqui ganha um arranjo fantástico. Há também “Copacabana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, obra-prima do cancioneiro nacional, onde novamente o oboé brinca com o violino de Fafá Lemos em fraseados incríveis. Esperamos que este álbum traga tanta felicidade à vocês, quanto trouxe a nós, na primeira vez que o ouvimos.
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RCA Victor BLK2

01 Aquarela do Brasil [Ary Barroso]
02 Nem eu [Dorival Caymmi]
03 Peguei um Itá no Norte [Dorival Caymmi]
04 Mamãe eu quero [Jararaca, Vicente Paiva]
05 Risque [Ary Barroso]
06 Madalena [Ary Macedo, Ayrton Amorim]
01 Na Baixa do Sapateiro [Ary Barroso]
02 Nós três [Fafá Lemos, Garoto, Chiquinho do Acordeon]
03 Gracioso [Fafá Lemos]
04 Ninguém Me Ama [Antônio Maria, Fernando Lobo]
05 Copacabana [João de Barro, Alberto Ribeiro]
06 Paraíba [Humberto Teixeira]

10/07/2006

Maysa 1963 "Les Inconscients" [Barclay France Compact 70526]

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Maysa teve intensa carreira internacional e durante uma de suas temporadas na Europa, em 1963, ela registrou este compacto duplo com auxílio dos compositores Michel Magne e Eddy Marnay. No disco, é acompanhada por F. Aussman e orquestra, em quatro faixas inéditas no Brasil e nunca relançadas em nenhum formato. Um verdadeiro tesouro.
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Três das faixas são cantadas em francês: as belas “Fin Du Jour” e100.000 Chansons” ou “Cent Mille Chansons” [música que foi tema do filme “Le Repos du Guerrier”, no Brasil O Repouso do Guerreiro” de Roger Vadim, 1962] e a bossa “Les Inconscients”, com lindo trabalho de violão - músico não creditado. A única em português é “Chega de Saudade”, clássico da Bossa Nova de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, que Maysa nunca mais registraria, e aqui está em uma versão de arrepiar.
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Barclay France Compact 70526
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01 Les Inconscients [G Magenta, E Marnay]
02 Fin Du Jour [M Magne, E Marnay]
03 Cent Mille Chansons [M Magne, E Marnay]
04 Chega de Saudade [Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim]

06/06/2006

Viva Maysa!!

Maysa estaria completando 70 anos de idade hoje, dia 06 de Junho de 2006, se estivesse viva. A personalidade marcante da cantora carioca, determinou sua produção musical arrojada e elegante. Mulher à frente de seu tempo, Maysa nos deixou uma obra de incontestável qualidade. Artista completa, muito mais que a cantora de fossa que se eternizou no imaginário popular, ela foi a compositora privilegiada. Como intérprete deu forma a mais uma infinidade de clássicos de nossa música popular. Como seus poetas e compositores prediletos, Maysa foi cronista de seu tempo, sua voz rouquinha de registro forte podia ser doce e delicada e mesmo profundamente emocional. Sua interpretação é única. A moldura musical para seu canto foi também exuberante, seja em ritmo de bossa nova, velha, samba-canção, jazz... Um dia confessou em uma entrevista “Não tenho medo da morte. Tenho a impressão de que jamais morrerei...” E assim é. Viva Maysa!

15/05/2006

Nilo Sérgio & Sua Orquestra 1959 "Dançando Suavemente" [Musidisc XLP3]

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Em 1959 Nilo Sérgio lançou em sua gravadora, a Musidisc um LP diferente: clássicos modernos em um set sofisticado, porém os arranjos teriam que ficar a cargo do Maestro Carioca, seu primeiro mestre e incentivador musical. O resultado é “Dançando Suavemente” uma seleção primorosa de faixas entre o fox e o jazz, com a magia do teclado de Nilo, emoldurada pela orquestração multi-colorida do Maestro Carioca. “Blue Star”, “You do Something to Me”, “Speak Low”, “Fascination”, “Love Letters”, “Blue Moon” e outras fazem deste LP um clássico. A capa é do mestre Aldemir Martins, um grande artista visual brasileiro, falecido em 2005; fica aqui nossa homenagem. Meu muito obrigado também ao Simon Boutman por mandar 4 das faixas, que na minha cópia estavam em mal estado.
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Musidisc Hi-Fi XLP3
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01 Prefixo “Blue Star [the Medic Theme]” [Victor Young, Eduard Hayman]
02 You do Something for Me [Cole Porter]
03 Speak Low [Kurt Weil, O. Nash]
04 Linger Awhile [Vincent Rose, Harry Owens]
05 Blue Star [the Medic Theme] [Victor Young, Eduard Hayman]
06 Fascination [F. D. Marchetti]
07 Devaneio [Djalma Ferreira, Luiz Antônio]
08 Love Letters [Victor Young, Eduard Hayman]
09 Over the Rainbow [Harold Arlen, E. Y. Harburg]
10 Bongô Para Dois [Nilo Sérgio]
11 Blue Moon [Hart, Rodgers]
12 Sufixo “Blue Star [the Medic Theme]” [Victor Young, Eduard Hayman]

Sidney com Orquestra e Côro Sob Direção de Astor 1959 "Isto é Dança II" [Columbia 56078]

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Sidney foi um pianista que na virada das décadas de 50 e 60 atuou no cenário musical brasileiro com bastante sucesso. Já Astor foi importante maestro e sua orquestra ficou famosa pela força dos metais. Este é o segundo volume de uma série de compactos duplos que a Columbia lançou como uma prévia de seus LPs “Isto é Dança” volumes 1, 2 e 3. No lado A sucessos nacionais: “Nossos Momentos” [Haroldo Barbosa, Luiz Reis] e “Sou Eu” [Waldir Machado, Rubens Machado]; no B êxitos internacionais como “Romântico” [Chopin adaptado por S. Manes] e o clássico “Tea For Two” [Caesar, Youmans]. Espero que gostem!
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01 Nossos Momentos [Haroldo Barbosa, Luiz Reis]
02 Sou Eu [Waldir Machado, Rubens Machado]
03 Romântico [tema da Balada n.1] [Chopin, S. Manes]
04 Tea for Two [Ceasar, Youmans]

Luiz Humberto, Órgão & Rítmos 1962 "Temas Para Dançar" [Paladium 20003]

Lançado em 1962 pela gravadora Paladium, que a exemplo da Elenco, foi uma entre as intrigantes gravadoras “independentes” que surgiram no Brasil dos anos 60, este disco traz Luiz Humberto no órgão hammond e no piano e ainda conta com um excelente set de músicos [infelizmente não creditados] que inclui violão, sax e bateria. No repertório, hits nacionais da época e alguns standards internacionais, variando entre bossa, jazz e temperos de música latina. “Temas Para Dançar” é um disco divertido, feito para você dançar, um belo exemplo da arte musical brasileira no início da década de 1960.

Luiz Humberto 1962 “Temas Para Dançar [Palladium 20003]”

01 Poema do Adeus [Luiz Antônio]
02 Look for a Star [M. Anthony]
03 Fiz o Bobão [Haroldo Barbosa, Luiz Reis]
04 Cariñito [Humberto Garin]
05 Falsa Baiana [Geraldo Pereira]
06 Harlen Nocturne [Hagen]
07 Chora Tua Tristeza [Oscar Castro Neves, Luverci Fiorini]
08 Palhaçada [Haroldo Barbosa, Luiz Reis]
09 Quem Manda na Minha Vida [Herivelto Martins, Raul Sampaio]
10 Se Meu Apartamento falasse [Charles Willians]

16/01/2006

LIMITE

Em 1931 o cineasta brasileiro Mário Peixoto dirigiu o revolucionário longa-metragem Limite. Rodado em Mangaratiba e belamente fotografado por Edgar Brazil, Limite transpôs ao nosso cinema e conseqüentemente à nossa realidade, a estética do cinema de vanguarda europeu, principalmente o soviético que na época já era muito sofisticado. O fato porém não passa de detalhe, pois em Limite, Mário Peixoto ousa: brinca com planos, câmeras, narrativa em flashback, negativos, movimentação de imagem e muita estranhesa. O filme cria uma onda de tensão que atinge seu ápice em um final espetacular. Com atuações de Olga Breno, Taciana Reis, Raul Schnoor e de D. G. Pereira; e músicas que incluem obras de Erick Satie, Borodin, Debussy entre outros, Limite é uma aula de cinema. Sem dúvida alguma um dos mais belos filmes já rodados no Brasil e no mundo.

No final de 2005 meu parceiro musical e eu estávamos produzindo uma faixa meio intrigante. Por acidente enquanto escutava a faixa no computador, as imagens de Limite passaram ao mesmo tempo em que a música, o que criou um efeito ainda mais intrigante.

Depois de muito trabalho, aqui está nossa homenagem ao filme Limite, à seu diretor Mário Peixoto e ao fotógrafo Edgar Brazil. A música foi composta por DJ Caique e condimentada por Thiago Mello. O vídeo foi editado por Thiago Mello e condimentado por DJ Caique. Está disponível para download via Rapidshare em boa qualidade de imagem e som. Espero que gostem. Dúvidas pode ser enviadas via email e comentários são muito bem vindos!

Em texto na revista online de cinema, o site Contracampo: http://www.contracampo.com.br/62/limite.htm Paulo Ricardo de Almeida sintetiza: "Em Limite o homem é responsável por suas próprias algemas, visto que, a fim de suportar o fardo de que o mundo existe independente dele, cria o Tempo, que se revela através das memórias dos personagens à deriva na imensidão inescapável, tanto do mar quanto do horizonte."

this link will be reposted soon

In 1931 Mário Peixoto a young brasilian cineast, has directed one outstanding and revolutionary full-lenght movie called Limite. It was shot in Mangaratiba coast, and photographed by Edgar Brazil. The film brought to the local screen scene the "new" aestetics of the European cinema, especially the Russian one, fully sophisticated at that time. But all that is mere detail, because on Limite, Mário Peixoto goes far beyond. Playing with frames, cameras, flashbacks, negatives, movings and much of some strange imagery. All to bring a tense wave that grows in a crescendo that leads to one extraordinary ending. The actors were Olga Breno, Taciana Reis, Raul Schnoor and D. G. Pereira. The music includes pieces from Satie, Borodin, Debussy among others. Limite is a masterpiece, one of the most beautiful films ever made.

At the ending of 2005, me and my musical partner was about to produce one intriguing track. While listening to the track, my pc started to play the film Limite by accident, creating one even more intriguing effect. After some work, here we offer our tribute to Limite and it's director Mário Peixoto and it's photographer Edgar Brazil. Music was composed by DJ Caique and tempered by Thiago Mello. Video was edited by Thiago Mello and tempered by DJ Caique. Download via Rapidshare in a good quality video archive. Doubts and sugestions, just email me. Enjoy!

At the Contracampo cinema web zine Paulo Ricardo de Almeida concludes: "Limite shows mankind as responsible for its own prisons. In order to support the fate that the world exists independent of mankind, they create the Time, the same that is then revealed trought the memories of the characters diving on a great opressive fairground of immense ocean and horizon."