15/07/2006

Baden Powell & Vinicius de Moraes 1966 compacto-duplo [Forma FS 100.001]

Contra quaisquer más vibrações, nada mais eficaz que a velha sabedoria da nossa querida África. Vinicius de Moraes sabia disso e Baden Powell também. As meninas-cantoras do Quarteto em Cy, aprenderam com eles... Já o maestro Guerra-Peixe, não. Esse já sabia de tudo, desde o início.
Este raro compacto-duplo lançado pelo selo Forma em 1966, trazia quatro canções que haviam sido lançadas originalmente no lendário disco “Os Afro-Sambas” [Forma FM 16, 1966]. “Canto de Ossanha” é o clássico mais conhecido, sucesso absoluto nas melhores vozes da nossa canção, aqui está em seu estupendo arranjo original. “Tristeza e Solidão” é a pura melodia de Baden, talvez sua mais bela. Canto de Yemanjá” e Lamento de Exú” arrepiam a alma com sua força metafísica, para colocar tudo em seu devido lugar. Um pouco de lucidez, e dos originais dos “Afro-Sambas”, um dos discos mais importantes já gravados em nosso belo país.
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01 Canto de Ossanha [Baden Powell, Vinicius de Moraes]
02 Tristeza e Solidão [Baden Powell, Vinicius de Moraes]
03 Canto de Yemanjá [Baden Powell, Vinicius de Moraes]
04 Lamento de Exú [Baden Powell, Vinicius de Moraes]

13/07/2006

Fafá Lemos & Sua Orquestra 1954 "Jantar No Rio" [RCA Victor BLK2]

Fafá Lemos [Rafael Lemos Júnior, *1921 - +2004] foi um dos grandes mestres da nossa música. Como compositor e solista de violino, foi responsável por popularizar o uso do instrumento como elemento solo na música popular. Se aventurou como cantor de voz bem colocada, baixinha e também é um dos grandes precursores da Bossa Nova. Fafá acompanhou Carmen Miranda em discos e turnês pelo mundo e também em diversos filmes, gravou com os violonistas Laurindo de Almeida e Luiz Bonfá, com a cantora Linda Batista e formou o lendário Trio Surdina, ao lado de Chiquinho [acordeon] e Garoto [violão], músicos também presentes no disco que apresentamos aqui.
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“Jantar No Rio” é um verdadeiro clássico, foi gravado nos Estados Unidos em 1954, entre Março e Abril, nos estúdios da RCA Victor em Hollywood. O LP passeia com leveza por sambas-canções, marchinhas, sincopados, toadas e até um baião. Aqui está uma das mais belas versões instrumentais já registradas de “Ninguém Me Ama” clássico de Antônio Maria e Fernando Lobo, onde o violino de Fafá ganha contornos orientais, como na música indiana e o violão de Garoto se aproxima da sonoridade do alaúde árabe. Outro grande destaque é “Na Baixa do Sapateiro”, do grande Ary Barroso, com assovios e um solo de violino simplesmente fantástico. “Madalena” de Ary Macedo e Ayrton Amorim é um convite à dança, com direito a um lindo diálogo entre o violino e um oboé. E “Risque”, das mais lindas entre as melodias de Ary Barroso, aqui ganha um arranjo fantástico. Há também “Copacabana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, obra-prima do cancioneiro nacional, onde novamente o oboé brinca com o violino de Fafá Lemos em fraseados incríveis. Esperamos que este álbum traga tanta felicidade à vocês, quanto trouxe a nós, na primeira vez que o ouvimos.
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RCA Victor BLK2

01 Aquarela do Brasil [Ary Barroso]
02 Nem eu [Dorival Caymmi]
03 Peguei um Itá no Norte [Dorival Caymmi]
04 Mamãe eu quero [Jararaca, Vicente Paiva]
05 Risque [Ary Barroso]
06 Madalena [Ary Macedo, Ayrton Amorim]
01 Na Baixa do Sapateiro [Ary Barroso]
02 Nós três [Fafá Lemos, Garoto, Chiquinho do Acordeon]
03 Gracioso [Fafá Lemos]
04 Ninguém Me Ama [Antônio Maria, Fernando Lobo]
05 Copacabana [João de Barro, Alberto Ribeiro]
06 Paraíba [Humberto Teixeira]

10/07/2006

Maysa 1963 "Les Inconscients" [Barclay France Compact 70526]

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Maysa teve intensa carreira internacional e durante uma de suas temporadas na Europa, em 1963, ela registrou este compacto duplo com auxílio dos compositores Michel Magne e Eddy Marnay. No disco, é acompanhada por F. Aussman e orquestra, em quatro faixas inéditas no Brasil e nunca relançadas em nenhum formato. Um verdadeiro tesouro.
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Três das faixas são cantadas em francês: as belas “Fin Du Jour” e100.000 Chansons” ou “Cent Mille Chansons” [música que foi tema do filme “Le Repos du Guerrier”, no Brasil O Repouso do Guerreiro” de Roger Vadim, 1962] e a bossa “Les Inconscients”, com lindo trabalho de violão - músico não creditado. A única em português é “Chega de Saudade”, clássico da Bossa Nova de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, que Maysa nunca mais registraria, e aqui está em uma versão de arrepiar.
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Barclay France Compact 70526
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01 Les Inconscients [G Magenta, E Marnay]
02 Fin Du Jour [M Magne, E Marnay]
03 Cent Mille Chansons [M Magne, E Marnay]
04 Chega de Saudade [Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim]